domingo, 15 de janeiro de 2012

Chega!

Eu particularmente gosto de me expressar de várias formas. Tem a música, a poesia, as frases feitas... Como não sou boa música, não sou boa poeta e nem sempre as frases feitas dizem tudo o que quero dizer, acabo guardando na caixota e deixando para lá.

Aí o tempo passa e a vontade de passar aquilo adianta aumenta. Começo a elaborar formas para dizer: "ei! estou sentindo alguma coisa... Eu não sei exatamente o que é, e nem a forma certa de a descrever, mas ela existe e eu estou sentindo-a!".

E, não, não é um sentimento que eu queira sentir. Também não posso dizer que é um sentimento ruim. Aos meus amigos, para que evitem perguntar, demonstro que tudo está sempre ótimo. Já pararam para pensar como ninguém pergunta o porquê de não estarmos mal? Se estamos tristes, já vem o turbilhão de perguntas: "o que aconteceu?". Se estamos felizes, não nos incomodam. Que maravilha!

Ao menos comigo é assim. Se não fosse, ficaria preocupada. Não me perguntam o porquê de estar feliz porque devo ser uma pessoa feliz. Se vivesse triste, estranhariam o meu momento de felicidade, e não de tristeza. Menos mal, eu diria.

Sempre me perguntei como o verdadeiro poeta consegue transpôr o que sente em um poema com métrica perfeita. Meus sentimentos nunca vêm organizados, para que eu os coloque no papel da forma "correta". Deixar para depois? Ora, depois não são eles. Eu sei que Fernando Pessoa já respondeu a isso...

Enfim, eu sinto algo, e talvez saiba o que é. Embora talvez saiba, o motivo de não querer saber é não querer senti-lo. Ou de não querer senti-lo é não querer saber. E a agitação dos últimos dias se explica com isso: não ficar parada para não pensar. Mas eu fiquei parada, com muito tempo para pensar, e agora pensei e já sei o que é.

Agora que sei o que é, tenho medo de dizê-lo. E se disser e não entenderem? E se disser e me arrepender de dizer?

Acho que não quero dizer mais nada.